segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Metáforas freudianas

Se eu fizesse uma lista dos elementos da obra de Dr. Sigmund que me fazem ter grande prazer em ler o vienense, seu estilo ocuparia, provavelmente, mais de um lugar no Top 5.

A escrita de Freud é exploratória, questionadora e auto-questionadora, mas acima de tudo dialógica. Performativa, mais que constativa - para falar a língua de J.L. Austin -, e de forma explícita. Talvez tenha sido fruto de sua época, já que quando leio Nietzsche tenho a mesma impressão, ou talvez só tenha podido ser um escritor tão bom devido à sua peculiar e corajosa posição de pioneiro; pôde falar desde as margens do árido academicismo, e, para sua sorte, e nossa, muitos ouviram.

Enfim, um dos expedientes preferidos de Freud eram as metáforas e alegorias. E depois de onze anos estudando Psicologia, não me surpreendo em constatar que são elas, e não a decoreba do conteúdo ou do jargão, o que evoco mais naturalmente quando me dedico a esta atividade tão fora de moda que é o pensar. Ou então estou enganado e o IDEB mede mais o pensamento crítico do que a "eficácia" da transmissão de "informações". Como dizem os americanos, "one can only hope".

Mas isso não é (só) um manifesto: seguem notas sobre duas destas metáforas.

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